Algumas pessoas ficam ricas enquanto outras, que trabalham tanto ou mais não ficam.
Um menino resolve fazer um barquinho. Escolhe um pedaço de madeira e aos poucos vai esculpindo o barco. Depois de alguns dias pega um pedaço de pano, faz a vela e mesmo sem pintura e acabamentos coloca-o no rio. O menino olha a correnteza levando seu barco que firmemente navega pelo rio até desaparecer da sua vista. Ficou feliz por fazer o barco, mas rapidamente o perdeu.
Um adolescente andando pela beira do rio encontra o barquinho preso nos galhos. Mesmo com dificuldade resgata o barco e o leva para sua casa. Nesse mesmo dia limpa o barco e cuida dele com muito carinho. Na manhã seguinte o adolescente compra algumas tintas e pincel e pinta o barco de branco, azul e vermelho. Olha para o seu feito e alegre corre para a escola. Uma colega gosta tanto do barco que lhe faz uma oferta de R$ 50,00. Para quem gastou apenas R$ 5,00 ganhar R$ 45,00 é um ótimo negócio então imediatamente vende o barco. Em casa a menina alegremente mostra para sua mãe o que comprou. A mãe achou o barquinho lindinho, mas diz que jamais daria R$ 50,00 por ele. Triste ela guarda o barco em seu quarto, mas quando o pai chega, ela conta o que aconteceu. O pai olha o barco e acha muito legal e propõe trocar a vela, o barco recebe um tecido novo, colorido, bonito. A menina abraça o pai e resolve dar um nome ao barco e o batiza de São Francisco. Francisco e a filha alegremente colocam o barco na sala, bem exposto.
Uma amiga de sua mãe vem visitá-los e observa o barco. Admirada fala para a família que deseja compra-lo. A menina responde que não está a venda. A amiga insiste e oferta R$ 100,00 e persuadindo a menina compra o São Francisco. Mulher determinada ela pega um simples barquinho e trabalha para melhorá-lo. Coloca leme, cordas, timão, arruma e enfeita o barco. Leva-o para sua loja de presentes colocando-o em destaque na vitrine. Ao lado do barco coloca um cartaz dizendo; Barco encontrado no rio, restaurado por várias pessoas, à venda para pessoas de bom gosto ou colecionadores. Seu nome é São Francisco e custa R$500,00. No dia seguinte entra na sua loja um senhor, tira do bolso R$ 500,00 e aponta para o barco dizendo; O São Francisco é meu. Aposentado e com muita paciência o novo dono passa dias olhando para o barquinho. Estudando, matutando, até que resolve colocar nele um motor com controle remoto. Ficou perfeito, o barquinho agora navega com elegância e controlado a distância.
No sábado ele leva o barco para passear no lago da cidade. Aos poucos muitas pessoas vão se aproximando e admirando o São Francisco, deslizando suavemente por sobre as águas. Sentado em sua cadeira coloca um cartaz junto a sua mesa com o seguinte texto; Você pode não ter tempo para fazer um barco. Você pode dizer que não tem dinheiro para comprar um barco para o seu filho. Você sempre está correndo e reclamando não ter tempo. Cinco minutos divertindo-se com seu filho valem milhões. Eu ofereço esse divertimento por R$ 5,00. Alugue por cinco minutos o São Francisco e veja como é bom navegar.
Feliz da vida o aposentado se diverte alugando o barco, quatro horas por dia e somente de manhã.
Você já fez as contas de quanto ele está ganhando?
Qual dessas pessoas você é: menino, adolescente, menina, mãe, pai, amiga ou esse senhor aposentado?
Dica: Assistam ao Filme: O Presente
Título Original: The Ultimate Gift
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2006
Sinopse
Jason acabou de perder o avô bilionário que sempre odiou e estava certo de que não herdaria nada. Mas se enganou: "Red" Stevens (James Garner) deixou 12 tarefas para Jason, ao fim das quais ele será avaliado e, se merecer, terá direito ao que Red chama de "o maior de todos os presentes". Cada uma dessas tarefas tem o objetivo de promover alguma mudança em Jason, mas nenhuma terá tanta força quanto o encontro casual com a pequena Emily (Abigail Breslin).
Casos, destaques e exemplos de enriquecimento – Pessoas que viraram a mesa e venceram
Entre todas as diferenças que fazem a beleza da raça humana, uma das menos estudadas é por que algumas pessoas têm o pendor de acumular riquezas enquanto outras, a imensa maioria, se especializa em gastar tudo que ganham – ou, em muitos casos, mais do que recebem. De uns tempos para cá a literatura sobre a questão vem-se multiplicando. O melhor campo de estudo dessas diferenças é o imenso contingente de homens e mulheres que os pesquisadores chamam de "milionários de primeira geração". São aqueles que não herdaram nada de especialmente valioso de seus pais ou familiares e, no mesmo tempo de vida em que seus colegas construíram carreiras profissionais ou acadêmicas, juntaram uma montanha de dinheiro que os diferencia dos demais. São pessoas que, em reuniões de escola, quando se comemoram vinte ou trinta anos da formatura, se destacam por ter ficado ricas. Sempre se notam os que ficaram precocemente carecas, os barrigudos, os que estão no quarto ou quinto casamento ou os que se tornaram seguidores fanáticos de alguma seita. A categoria que mais chama a atenção nessas ocasiões sociais, no entanto, é a daqueles que, surpreendentemente, ficaram muito mais ricos que a média dos colegas.
"Esses milionários de primeira geração deixam os colegas intrigados. Muito intrigados. Como pode ser? Ele nada tinha de especial!", escreve o americano Robert Kiyosaki, um dos autores do livro Pai Rico, Pai Pobre, cuja edição brasileira andou recentemente entre as obras de autoajuda mais vendidas. Ele mesmo responde: "Não tem mistério. As pessoas que sabem acumular riquezas simplesmente se educaram para isso. Deram às finanças pessoais durante toda a vida um peso muito maior que à formação cultural, acadêmica e mesmo ao conforto e à aparência". Em resumo, milionários não surgem por acaso nem por geração espontânea. Com exceção dos sortudos que acertam a Mega Sena e dos corruptos, os milionários que construíram a própria fortuna são produto de uma educação especial e muita disciplina. Por alguma razão ainda não totalmente clara, o número desses acumuladores de riquezas está aumentando em muitos países – inclusive no Brasil. Um estudo feito pela empresa de consultoria americana Merrill Lynch estima que vivam atualmente 7 milhões de milionários de primeira geração na América do Norte. Gente que não herdou nada de ninguém. Teve boas ideias, trabalhou duro e enriqueceu. Segundo a pesquisa, o patrimônio desse grupo cresceu 18% no último ano e já atinge mais de 25 trilhões de dólares. Eles têm sido estudados não porque suas fortunas rivalizem com aquelas dos milionários tradicionais. Nada disso. Eles são interessantes porque se distanciaram de modo fenomenal da média das pessoas da classe social em que nasceram. São intrigantes como grupo também porque, mesmo tendo muito dinheiro, fogem em tudo ao velho clichê dos ricos. Misturam-se a gente comum. Podem ser seus vizinhos no bairro ou na arquibancada do estádio de futebol. Distinguem-se por seu talento especial para construir e acumular riquezas.
Entre 1988 e 1998, a população americana cresceu 8% enquanto o número de famílias com patrimônio superior a 1 milhão de dólares dobrou. No Brasil, é até enfadonho constatar, não há estatísticas muito convincentes sobre a tribo dos acumuladores de riquezas. No entanto, existe um dado útil para mostrar que, aparentemente, o país, nesse particular, segue na mesma direção observada em outras partes do mundo. Segundo um estudo feito pela Secretaria da Receita Federal, o número de pessoas que podem ser classificadas de milionárias no Brasil cresce num ritmo quase dez vezes maior que o da população em geral. A informação é limitadíssima, porque trata apenas dos brasileiros que declaram imposto de renda. Mas quando se sabe que para cada brasileiro que paga regularmente seus impostos existem três que pagam menos do que deveriam ou sonegam tudo, a amostra da Receita tem seu valor estatístico reafirmado. Uma análise a respeito do comportamento dos brasileiros nascidos em lares pobres e de classe média, tendo mais tarde enriquecido por esforço próprio, vem sendo feita pelo professor Everardo Rocha, antropólogo que dá aulas de comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. A conclusão do professor: "Como regra geral, esses novos ricos fogem do estereótipo de arrogância e demonstração de poder, marca registrada dos ricos tradicionais, mesmo aqueles que já não são assim tão ricos".
Descobriu-se em várias cidades brasileiros que personificam esse fenômeno. Para selecionar seus personagens, foi ignorado o padrão oficial adotado pelos organismos de governo, segundo o qual quem ganha mais de 2 200 reais por mês é classificado como classe A no Brasil. Ou seja, são pessoas que fazem parte do 1% de brasileiros ocupantes do topo da pirâmide social. Foram atrás de gente excepcional, que começou a vida sem recursos e colocou-se, no quesito patrimônio pessoal, muito acima da média. Pessoas assim sempre existiram. Para citar um caso exemplar, fica-se aqui com o americano John D. Rockfeller, que foi de zero a 30 bilhões de dólares de fortuna pessoal em quarenta anos de vida. No Brasil, um exemplo notório é Olacyr de Moraes, que de motorista se tornou o rei da soja, um dos homens mais ricos do país. Há também o milionário dos ônibus urbanos, o mineiro Nenê Constantino, que trabalhava ao volante de um caminhão usado e agora se aventura numa empresa aérea regional. Buscaram casos mais recentes e menos estelares; portanto, mais frequentes e mais próximos da experiência da maioria das pessoas. Submeteram os novos ricos a um questionário útil para que se saiba o que pensam sobre eles mesmos, sobre os colegas que não ficaram ricos, sobre seus truques e os sacrifícios por que passaram para juntar uma fortuna considerável, de tostão em tostão. São pessoas entre os 20 e os 75 anos. Têm patrimônio líquido (tudo que possuem menos as dívidas) que varia de 1 a 80 milhões de reais. Atuam em áreas diferentes, da educação ao comércio, passando pela internet. Suas histórias podem servir, de um lado, para perceber que não há mágica. Os novos ricos aceitaram viver sob disciplina férrea para fazer dinheiro e conservá-lo em seu poder. Poucos se dão a ostentações. A maioria deles nem sequer faz questão de sair do bairro onde nasceu e mudar para regiões mais badaladas. Não fazem parte também do público que lota os navios de cruzeiros marítimos ou as butiques da moda. Viagens ao exterior, sim, mas não antes que seu custo seja insignificante em relação aos ganhos e ao patrimônio. Foram submetidos também ao teste tirado do livro The Millionaire Next Door (O Milionário Mora ao Lado), dos americanos Thomas Stanley e William Danko, professores da Universidade Estadual de Nova York, em Albany. Stanley e Danko garantem que seu teste mostra com clareza em que categoria de poupador cada pessoa se situa. Os personagens desta reportagem estão todos na categoria de "prodigiosos acumuladores de riqueza" ou na imediatamente abaixo, "razoáveis acumuladores". Alguns deles:
OURO DE MOSCOU – É irrisório o número de professores que conseguem escapar da rotina do giz e quadro-negro para se tornar empresários do ramo educacional. O afunilamento é dramático. Os especialistas calculam com base no número de escolas particulares no Rio de Janeiro, onde foi feito um estudo, que essa proporção é de um em 20 mil. Quantos conseguem sair da sala de aula e fundar uma escola de sucesso com centenas de professores e milhares de alunos? Muito provavelmente os bem-sucedidos contam-se nos dedos das mãos. É o caso da mineira Luziana Lanna. Ela começou a dar aulas de inglês em Belo Horizonte numa época em que um professor de idiomas ganhava o suficiente para comprar um Fusca usado e alugar um pequeno apartamento. Hoje, aos 47 anos, Luziana é dona de uma organização que emprega duas centenas de funcionários e tem 7 000 alunos em escolas no Brasil e nos Estados Unidos. Construiu um patrimônio pessoal estimado em 4 milhões de reais. Ela dirige um Fiat Uno 94 pelas ruas da cidade e gasta a maior parte de seu dinheiro com o objetivo de aprender novas técnicas de ensino de idiomas. Sua vocação empresarial nasceu não da vontade de aumentar seu conforto e posição social, mas da insatisfação com as técnicas de ensino de sua fase de iniciante na carreira. Nada a satisfazia. Leu algo sobre cursos para espiões, que, no auge da Guerra Fria, precisavam, em curto espaço de tempo, aprender perfeitamente línguas estrangeiras. Levou tão a sério a informação que conseguiu registrar-se no Instituto Pushkin, em Moscou, onde os espiões da KGB na então poderosa União Soviética aprendiam inglês. Estudou outros métodos e saiu-se com uma técnica própria.
LIÇÃO – Segundo os especialistas, Luziana cumpriu um dos mais sagrados mandamentos dos acumuladores de sucesso. Não gaste com itens que simplesmente aumentem seu conforto. Só faça cursos ligados diretamente a seu negócio. Invista em imóveis apenas se o retorno estiver garantido, seja na forma de aluguel, seja no uso produtivo.
TURISTA APRENDIZ – Quantas viagens à Nova York são necessárias para alguém aprender uma maneira de ficar rico? Para o paulista João de Matos bastou uma. Ele chegou à Nova York com dinheiro suficiente para passar férias prolongadas. Descobriu em pouco tempo que faltavam aos viajantes americanos informações precisas sobre destinos turísticos no Brasil. Com dinheiro emprestado, abriu uma pequena agência especializada em vender passagens para quem quisesse visitar cidades brasileiras. O negócio cresceu rapidamente. Aos 53 anos, João de Matos tem um patrimônio estimado em 60 milhões de dólares e é dono de uma rede de agências dedicada à venda de pacotes turísticos para o Brasil e a América Latina. Tem ainda uma churrascaria, uma boate, uma lanchonete e um jornal dirigido a brasileiros que vivem nos Estados Unidos.
LIÇÃO – Matos descobriu como ganhar dinheiro num ramo em que a imensa maioria das pessoas só pensa em se divertir. Os estudiosos dos ricos de primeira viagem notam que essa é uma característica comum a certo tipo de acumulador. Eles enxergam como ganhar dinheiro onde a maioria só sabe gastar. Ou em ramos em que a maioria das pessoas não gosta nem de pensar, como a coleta de lixo ou as agências funerárias.
VIRTUAL – Aos 23 anos, o paulista Marcelo Tripoli é sócio de uma multinacional. Como milhões de jovens em todo o mundo, ele entrou de cabeça na revolução digital. Em vez de passar o tempo em infindáveis noitadas nos sites de bate-papo ou páginas de sexo, como é normal nos adolescentes, Marcelo visitava as páginas de grandes empresas brasileiras. Nenhuma o agradava. Achava tudo muito malfeito. Em sua opinião, as grandes corporações estavam aproveitando de maneira deficiente o potencial de negócio que a nova tecnologia oferecia. Mas ele tampouco entendia de negócios. Era apenas um convertido à internet. Passou a gastar cada tostão que ganhava na compra de livros de economia e administração. Leu compulsivamente. Comprou um paletó e foi à luta. Saiu de porta em porta oferecendo-se para trabalhar. Como a área estava mal se firmando nas empresas e havia aquela ideia fixa de que as revoluções da internet nascem de jovens imberbes numa garagem qualquer, ele foi ouvido com atenção. Nunca quis emprego. Preferia ser tratado como consultor. Em pouco tempo firmou reputação. Prestou serviço para gigantes, como Unilever, Telesp Celular, Johnson & Johnson e Philips, ganhou milhões e perdeu com a queda generalizada dos negócios na internet.
LIÇÃO – O americano Robert Kiyosaki ficaria orgulhoso. Parece que Marcelo leu seu livro. Não leu. Mas fez tudo que o americano aconselha a quem quer tentar ficar rico: nunca procure estabilidade, o emprego fixo, com hora marcada para chegar e sair e a segurança de um salário no fim do mês. Ouse. Arrisque-se. Ser jovem é isso: correr o risco de enriquecer.
Os especialistas não acreditam, com toda a razão, que se possa transformar uma pessoa financeiramente irresponsável num poupador fenomenal. Mas é possível educar-se nessa área. Melhor ainda. É muito mais fácil do que se imagina ensinar as crianças a crescer com uma orientação correta no trato com o dinheiro. Segundo a mais extensa pesquisa sobre quem são e como vivem os milionários americanos, feita pelo instituto Intelligence Factory, o perfil do ricão pilotando seu Porsche conversível metido num terno de lã de seda de 3 000 dólares é quase uma caricatura. Ela ilustra com precisão os hábitos de uma minoria de profissionais altamente bem-sucedidos que fazem da ostentação sua vitrine para o mundo. São atores, escritores de sucesso e executivos que precisam a todo o momento vender uma imagem vitoriosa. A pesquisa mostra que a maioria das pessoas com muito dinheiro e propriedades é formada por uma massa anônima de formidáveis acumuladores de riquezas. São sujeitos sem brilho, donos de pequenos negócios, que ganham moderadamente, gastam pouco e poupam sem constrangimentos. A frugalidade é seu lema. Eles se curvam com prazer ao que parece ser uma lei da vida financeira de quem não herdou fortuna: "ostentação e patrimônio se repelem – quando uma aumenta o outro diminui".
Não há garantias de que outras pessoas possam seguir as receitas de Luziana ou João e obter os mesmos resultados. Como em tudo na vida, o imponderável, a sorte de estar no lugar certo na hora certa, é um fator crucial. Os estudiosos dos ricos de primeira geração estão dando seus diagnósticos sobre casos de pessoas bem-sucedidas. Tomar suas lições como um guia para ficar rico é tolo. Manuais de autoajuda são invariavelmente úteis para quem os escreve. Ficam ricos quando a obra cai no gosto popular. Mas esses estudos são espetaculares como forma de satisfazer a curiosidade, de encontrar alguma pista sobre por que alguns colegas enriqueceram e outros seguiram carreiras vitoriosas ou não, mas absolutamente previsíveis. É ótimo convite também para fazer um diagnóstico financeiro pessoal.
Como todas as fórmulas que se aplicam a áreas pouco exatas, a que está sendo desenhada para explicar o fenômeno do novo-riquismo é vaga. O que se sabe ao certo é que os novos ricos estão crescendo num ritmo maior que o da população em geral em locais tão diversos como Austrália, Estados Unidos, Inglaterra, Brasil e África (até a África!). Um livro publicado pelo jornalista americano David Brooks, Bobos in Paradise, the New Upper Class and How they Got There (a obra ainda não tem tradução em português, mas o título seria algo como Burgueses Boêmios no Paraíso, os Membros da Nova Classe Alta e como Eles Chegaram Lá), ousa lançar uma explicação. Os ricos que chegaram lá sem nada ter herdado, pelo menos nos Estados Unidos, tendem a serem sujeitos rebeldes. Gente que se insurgiu contra a educação formal como Bill Gates, que abandonou a Universidade Harvard para criar a Microsoft. Na área de Gates e da internet os exemplos se contam às centenas de milhares. Há inúmeras pesquisas sobre esse pessoal. Algumas delas:
A empresa de pesquisa Pophouse, australiana, descobriu que os ricos da nova geração gostam de qualidade e estilo, mas preferem não exibir sua riqueza.
Um instituto inglês, o Henley Centre, chegou à conclusão de que, mais que o prazer de possuir riquezas, eles valorizam o bem-estar.
O Doneger Group, americano, deduziu, de suas enquetes, que os novos ricos gostam de comprar carros e relógios caros, de marcas famosas, mas preferem ter um relógio Montblanc ou Cartier com pulseira de borracha àqueles com braceletes brilhantes, de ouro ou prata. Querem produtos de qualidade, mas discretos e personalizados.
O Intelligence Factory, instituto de pesquisa com base na Suíça, entrevistou 250 desses ricos anônimos pelo mundo afora. Concluiu que eles cultivam ideais nobres numa amplitude insuspeitada. Em geral, consideram a ostentação coisa ultrapassada e gastam seu dinheiro em atividades beneméritas. "Essas pessoas podem comprar tudo o que quiserem, mas exatamente por isso não acham mais graça em fazê-lo", diz Ira Matathia, presidente do Intelligence Factory.
O Institute for Policy Studies, firma de pesquisa americana, descobriu que na África do Sul, país onde até pouco tempo atrás só os brancos conseguiam construir um patrimônio notável, recentemente surgiu uma nova classe de gente muito rica – 20% dela composta de negros. Seu comportamento é semelhante ao dos ricos de primeira viagem dos países desenvolvidos.
Moral da história: muitos dos novos ricos têm gostos e preferências de consumo que não estão sendo atendidos pelos fabricantes. Com certeza algum jovem de futuro vai fazer bom uso dessa informação e transformá-la num negócio lucrativo. Quem sabe não será ele próprio um rico de primeira geração. Alguém se habilita?
UM MANUAL PARA EDUCAR CRIANÇAS Alguns conselhos de especialistas sobre como agir para que elas aprendam a ganhar, administrar, guardar e doar dinheiro. 1 As crianças devem trabalhar, especialmente quando não precisam. É muito frequente que os pais façam demais por elas, e isso estimula maus hábitos. 2 Não é recomendável que os pais paguem por serviços prestados, em casa, pelos filhos. Eles devem aprender que o trabalho doméstico é uma obrigação, um prazer, um ato de participação na família e na comunidade. O trabalho remunerado fica numa categoria diferente. 3 Os pais devem evitar dar dinheiro picado aos filhos cada vez que eles forem sair ou precisarem comprar alguma coisa. A criança deve aprender desde cedo que dinheiro tem um valor e que não jorra de uma fonte inesgotável. 4 Dar mesada, apenas, é insuficiente. Os pais devem estimular os filhos a fazer uma relação de suas despesas, um cálculo de quanto precisam ganhar, e esse material deve ser submetido a sua aprovação. Depois, então, o valor da mesada deve ser estabelecido e ficará por conta da criança administrar seu dinheiro. 5 Abrir uma caderneta de poupança para a criança é uma forma de ensinar-lhe o princípio da acumulação. Assim como abrir uma conta corrente para o adolescente o obriga a desenvolver o sentido de controle. 6 As crianças devem participar das reuniões familiares sobre o orçamento da casa, e suas ideias sobre despesas devem ser ouvidas. Assim elas aprenderão a pensar de forma responsável. 7 Os pais devem orientar os filhos para analisar seus projetos de compras – de um novo tênis ou um videogame de última geração – sob três aspectos: o preço, o efeito sobre sua poupança e para quem doar o tênis ou o brinquedo que será descartado. Essa é uma importante lição sobre valores: o do dinheiro e o da filantropia. 8 Estudar é uma obrigação. Pais que premiam filhos que não ficam para recuperação ou não repetem o ano estão estimulando a acomodação. Mas bons alunos devem ser elogiados. 9 As crianças devem ser encorajadas a buscar as próprias oportunidades de ganhar dinheiro. Podem oferecer-se para passear com o cachorro do vizinho ou montar um espetáculo de mágica para festas infantis. Com isso desenvolverão espírito empreendedor, tão valorizado nos tempos atuais. 10 Hoje, profissão que dá dinheiro é aquela em que a pessoa sobressai porque gosta do que faz e porque tem habilidades que se destacam. Portanto, a criança deve ser orientada para se desenvolver nas áreas em que demonstra maior interesse e aptidão, seja balé ou espeleologia. |
O espanhol Jose Faro Rua, de 58 anos, está há 43 anos no Brasil. Começou a ganhar a vida como entregador de garrafas de leite. Guardou dinheiro, arrendou uma padaria e hoje comanda a maior rede de lojas de doces e salgados de Salvador. Emprega mais de 800 pessoas e fatura 42 milhões de reais por ano. "Trabalhei duro, mas não vim ao Brasil para perder. Sempre soube que ou vencia ou seria vencido", diz. Pepe Faro, como é chamado, trabalha de sol a sol. Só esbanja dinheiro quando viaja para o exterior, duas vezes por ano. Acumulou um patrimônio avaliado por ele mesmo em 80 milhões de reais. "Tive a sorte de estar nos lugares certos, nas horas certas. Meu maior medo, hoje, é a ruína. Trabalho para passar longe do fracasso", confessa. |
Mineira de 47 anos começou a vida dando aulas particulares num quarto de seu apartamento, em Belo Horizonte. Hoje é dona de uma escola de idiomas com 200 funcionários e 7 000 alunos. Tem filiais em Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal e nos Estados Unidos. Fatura 5 milhões de reais por ano. Seu patrimônio está avaliado em 4 milhões de reais, mas ela continua andando com seu Fiat velho. Frase que mais usa: bola pra frente Maior medo: não conseguir ajudar os filhos Virtude que mais valoriza: honra Característica que mais lamenta nos outros: falsidade Herói de ficção preferido: He-Man. "Porque ele tem a força, e eu adoro essa expressão” Do que menos gosta: papo de bêbado e café requentado Estudar ou trabalhar: trabalhar Quanto tempo demorou para acumular o primeiro milhão: mais do que queria e menos do que a maioria das pessoas Conselho que ouviu do pai a respeito de dinheiro: dinheiro não é capim. Não brota se a gente não planta Conselho que dá a seus filhos a respeito de dinheiro: que aprendam a ganhar o seu O que é um jantar caro: aquele em que se come mal Como gostaria de morrer: rapidamente |
FRANCISCO DA SILVA Português naturalizado brasileiro, 55 anos, o presidente da Telemar sempre foi executivo de grandes empresas. Poupando, acumulou seu primeiro milhão aos 35 anos. Investe sua fortuna em ações. Não tem motorista, mora sozinho e conta apenas com a ajuda de uma faxineira, uma vez por semana, para cuidar da casa. Frase que mais usa: precisamos fazer Maior medo: insucesso Virtude que mais valoriza: disciplina Característica que mais lamenta nos outros: desonestidade Herói de ficção preferido: o Fantasma dos quadrinhos Maior conquista: segurança Do que menos gosta: esperar Quanto demorou para acumular o primeiro milhão: 35 anos Conselho que ouviu do pai a respeito de dinheiro: do pai, nenhum. Da mãe: nunca compre a crédito. Só compre se tiver dinheiro para pagar Conselho que dá a seus filhos a respeito de dinheiro: o mesmo que minha mãe me deu Estudar ou trabalhar: os dois são extremamente importantes O que é um jantar caro: 200 reais por cabeça Como gostaria de morrer: dormir e não acordar |
RAPHAEL JULIANO Paulistano de 66 anos começou a vida como carregador de frutas no Ceasa, em São Paulo. Hoje é dono de seis fazendas, onde está uma das mais produtivas plantações de laranja do mundo. Também é exportador de frutas para países do Oriente. Com patrimônio superior a 5 milhões de reais, Juliano só se permite gastar à vontade quando viaja para a Europa, uma vez por ano, com as netas. Frase que mais usa: por favor Maior medo: chuva com raio no campo Virtude que mais valoriza: a caridade Característica que mais lamenta nos outros: acho que ninguém tem o direito de julgar os outros Herói de ficção preferido: o cavalo do Zorro Do que menos gosta: lugar com muita gente Quanto demorou para acumular o primeiro milhão: uma vida de trabalho Conselho que ouviu do pai a respeito de dinheiro: nenhum. Ele dizia que tinha nascido pelado e ia morrer sem roupa Conselho que dá a seus filhos a respeito de dinheiro: digo a eles que existem coisas que valem mais que o dinheiro Estudar ou trabalhar: as duas coisas O que é um jantar caro: quando se está em boa companhia nenhum jantar é caro Como gostaria de morrer: bem espiritualizado |
O paulistano de 23 anos é diretor de e-marketing da Alterbrain Brasil, empresa de consultoria de internet. Começou a trabalhar em seu quarto, criando páginas de internet para conhecidos. Percebeu que grandes empresas tinham sites muito mal montados e que não aproveitavam bem o potencial da rede para negócios. Então mergulhou em livros de marketing e administração, vestiu um paletó e montou a MTM, empresa de consultoria eleita uma das dez melhores do país no ramo. No final do ano passado, vendeu a MTM e associou-se à multinacional. Seu patrimônio emagreceu quando a empresa perdeu valor de mercado. Frase que mais usa: resultado Maior medo: os comuns a todas as pessoas Virtude que mais valoriza: a garra Característica que mais lamenta nos outros: inveja Herói de ficção preferido: não tenho herói Do que menos gosta: falta de tempo Conselho que ouviu do pai a respeito de dinheiro: analise muito bem antes de tomar uma decisão Conselho que dará a seus filhos a respeito de dinheiro: não sabe Estudar ou trabalhar: os dois devem estar equilibrados O que é um jantar caro: depende da companhia Como gostaria de morrer: procuro não pensar nisso |
O paulista de 53 anos vive em Nova York desde os 17. Desembarcou nos Estados Unidos com um dinheirinho que dava apenas para passar férias, mas estava determinado a, de alguma forma, ganhar o bastante para pelo menos comprar um carrão. Conseguiu dinheiro emprestado, montou uma agência de viagens e atualmente tem a maior rede de agências que vendem pacotes turísticos para americanos passearem no Brasil e na América Latina. Tem ainda uma churrascaria, uma boate, uma lanchonete e um jornal dirigido a brasileiros que vivem nos Estados Unidos. O valor de tudo isso é calculado por seus amigos em 60 milhões de dólares. "Tive a sorte de estar no lugar certo na hora certa e de não deixar passar a oportunidade", diz. Frase que mais usa: por favor Maior medo: doença Virtude que mais valoriza: honestidade Característica que mais lamenta nos outros: gente que tem duas caras Herói de ficção preferido: James Bond Do que menos gosta: fila Quanto demorou para acumular o primeiro milhão: vinte anos Conselho que ouviu da mãe a respeito de dinheiro: guarde Conselho que dará a seus filhos a respeito de dinheiro: guarde Estudar ou trabalhar: trabalhar é tudo na vida O que é um jantar caro: toda comida ruim é cara Como gostaria de morrer: dormindo |
O paulistano descendente de sérvios, de 46 anos, é técnico em eletrônica e tem um patrimônio pessoal estimado de 10 milhões de dólares. Entre suas propriedades estão um apartamento de 600 metros quadrados em São Paulo e um jato. Em 1995, criou um dos primeiros provedores de acesso à internet no Brasil, o Mandic. A empresa foi vendida em 1998 para a argentina Impsat. Mandic é um dos donos do iG, um dos maiores portais de internet do país. Anda de chinelo e gosta de viajar para o interior do Brasil. Diz que não sabe como gastar dinheiro. "Quando a gente tem mais de 10 milhões acaba pagando mais coisas para os outros e aproveitando pouco." Frase que mais usa: tudo pode Maior medo: minha mulher Virtude que mais valoriza: bom humor Característica que mais lamenta nos outros: impontualidade. Faz perder tempo, e tempo é a única coisa que não se recupera na vida Herói de ficção preferido: não tenho Maior conquista: vender o Mandic Do que menos gosta: esperar Quanto demorou para acumular o primeiro milhão: tinha 39 anos. Foi em 1995 Conselho que ouviu do pai a respeito de dinheiro: nenhum. Ele era gastador Conselho que dá a seus filhos a respeito de dinheiro: nós não temos dinheiro. É para não gastar por conta Estudar ou trabalhar: é o mesmo que perguntar de qual das pernas você gosta mais O que é um jantar caro: depende do jantar. Talvez acima de 2 000 reais Como gostaria de morrer: em desastre aéreo |
Oswaldo, de 57 anos, é sócio do irmão nas padarias Dengosa e Galeria dos Pães, rede que começou com uma única casa há vinte anos e hoje está entre as mais rentáveis de São Paulo. Só a Galeria fatura 1 milhão de reais por mês. Tem uma fazenda onde cria 2 000 cabeças de gado e um motel em São Paulo. O patrimônio dos dois é avaliado em cerca de 15 milhões de reais. Não usam roupa de grife, raramente tiram férias e investem tudo o que ganham em seus negócios. Frase que mais usa: temos de fazer do trabalho a continuação de nosso lar Maior medo: nenhum Virtude que mais valoriza: trabalho Características que mais lamenta nos outros: mentira e preguiça Herói de ficção preferido: Homem-Aranha Do que menos gosta: sujeira e horário de propaganda política Quanto demorou para acumular o primeiro milhão: vinte anos Conselho valioso que ouviu do pai: o dinheiro não tolera desaforo O que é um jantar caro: 500 reais |
"Fazer tudo o que os outros não fazem ou não gostam de fazer." Esse é o lema do imigrante alemão de 75 anos que chegou pobre a Rio Negrinho, em Santa Catarina, em 1952. Ele é mestre em transformar argila em objetos de cerâmica. Hoje vende canecos de chope e panelas de cerâmica para grandes corporações, como a fabricante de cosméticos Avon (que embala perfumes em canequinhos) e a cervejaria americana Budweiser. Sua empresa, a Ceramarte, emprega 1 100 funcionários e faturou 27 milhões de reais em 2000. Mora colado à fábrica, numa casa bonita e confortável. Chega às 7 da manhã ao trabalho e só sai no início da noite. Há anos, sua única diversão além do trabalho é a aviação. Já montou helicópteros e pretende dedicar-se à aviação quando se aposentar, dentro de dez anos. |
DE PAI PARA FILHO Conselhos sobre dinheiro e trabalho que os mais tradicionais empresários brasileiros receberam dos pais:
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As pessoas que ficaram ricas e chegaram ao sucesso e ao poder foram aquelas que acreditaram nelas?
Foram aquelas que acreditaram nelas e que não deram ouvidos para os outros? Acreditaram que elas tinham capacidade?
É estranho mais todos nós temos capacidade de sermos o que quisermos o único empecilho é a mente que como foi carregada de padrões sociais negativo.
Sucesso = Preparo + oportunidade + vontade + determinação;
Para ter sucesso, a pessoa deve ter a oportunidade, o preparo para usufruir da oportunidade, vontade e determinação para se dedicar a oportunidade. Lógico que a pessoa deve crer em si mesma para se dedicarem. Exemplo: Alguém consegue um milhão e quer "transformá- lo" em bilhão. Para isto além da oportunidade de investir o dinheiro e esperar retorno, ela deve ter preparo para decidir a melhor maneira de investir, os riscos, etc. vontade para conseguir e se determinar e muitas vezes trabalhar até de madrugada para entender qual é a melhor decisão de investir o dinheiro.
Como transformar R$1,00 em R$1.000 em um mês?
Desafio: Existe muito exemplo de pessoas que não tinham nada e que ficaram ricos depois de muito tempo de trabalho! Você gosta de desafio? Então tente esse! Como conseguir transformar R$1,00 em R$1.000? Em um mês?
Essas pessoas que ficaram ricas dessa forma começaram comprando coisas de pequeno valor pra vender na rua. P. ex. você vai à distribuidora de doces e compra um saco de jujubas (balas) e começa a vender na rodoviária, com o lucro você já pode comprar dois sacos e aí o dinheiro vai se multiplicando e você pode partir pra outras coisas. Mas não é todo mundo que tem motivação pra fazer isso... A pessoa tem que estar no fundo do poço...
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